Porto de Itaguaí, RJ, se consolida como exportador de minério

Construção de arco rodoviário, no entanto, poderia melhorar acesso.

Considerado o segundo maior porto em movimentação de cargas por navegação de longo curso, Itaguaí, localizado na costa Norte da baía de Sepetiba, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tem se consolidado como um dos grandes centros de exportação de minério de ferro do Brasil.
O porto possui uma área operacional de 1,8 milhão de metros quadrados. Fica a 90 quilômetros do Rio e a 60 milhas marítimas do Porto do Rio. Em 2012, movimentou 57 milhões de toneladas de carga e 316.294 contêineres.
"A crise econômica mundial de 2008/2009 não impediu o constante crescimento de movimentação de carga no porto, cujo foco das operações concentra-se na exportação", diz estudo da Confederação Nacional do Transporte sobre transporte marítimo, publicado no ano passado.
“O Porto de Itaguaí tem grande aptidão para a movimentação de granéis e carga geral graças aos efeitos do parque siderúrgico com as excepcionais condições de integração aos modais de transporte rodoviário e ferroviário”, afirma Jorge Luiz de Mello, presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro, a autoridade portuária de Itaguaí.
Segundo a Docas, o Porto de Itaguaí é o último atracadouro ao Sul do Brasil antes dos contrafortes da Serra do Mar, barreiras significativas à distribuição das cargas para o interior, tornando-o estratégico para a economia brasileira.
Jorge Luiz de Mello diz que os terminais de Itaguaí são modernos e especializados, o que faz do porto um dos principais polos de exportação de minério do país.

Itaguaí tem registrado aumento na movimentação de contêineres, o que demonstra potencial para ser o principal porto concentrador de cargas do Mercosul. Segundo Riley Rodrigues de Oliveira, especialista da Gerência de Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Itaguaí é um porto que tem no minério de ferro 80% de sua carga. “O volume de minério de ferro é grande, mas não é uma carga de valor agregado. Itaguaí movimenta ainda carvão e produtos siderúrgicos. Ainda há uma área a ser licitada que só depois saberemos o que será”, diz Riley.
Com um calado de 20 a 22 metros, o Porto de Itaguaí foi pensado para ser um porto hub (porto concentrador de cargas e de linhas de navegação). Mas como conta com uma ligação logística favorável, graças à linha férrea da MRS Logística, concessionária que opera a malha ferroviária do Sudeste do estado, acabou sendo usado mais para exportar minério e carvão. “Foi sendo levado para isso devido à conjuntura econômica, que favorecia a exportação”, conta Riley.
À espera do Arco Rodoviário
Apesar de ser um porto rural, que fica fora da cidade, o terminal também tem problemas de acesso terrestre: a BR-101, rota dos caminhões de carga, corta a cidade de Itaguaí. A linha férrea é usada somente para minério.
“É um porto de altíssima capacidade pela facilidade logística, mas tem uma rodovia de traçado antigo com um grande trecho não duplicado”, afirma o especialista da Firjan.
A solução, diz, pode estar próxima, com o término das obras do Arco Metropolitano, que terá oito pistas e vai tirar de dentro da cidade de Itaguaí o trânsito de caminhões. “Com isso pronto, Itaguaí vai ter o melhor acesso rodoviário do Brasil, principalmente para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e para o Norte e Nordeste fluminense.
Nos primeiros meses de 2014, o porto ganha capacidade maior e elimina seu principal problema”, explica Riley.
Terminal da Petrobras em Macaé
Já o Porto de Imbetiba, em Macaé, no Norte fluminense, é o maior porto operado pela Petrobras no Brasil em volume de cargas, para suporte logístico às atividades de exploração de produção de petróleo.
O porto entrou em operação em 1979, para atender às necessidades das plataformas de petróleo da Bacia de Campos.
Com três píeres de 90 metros de comprimento e 15 metros de largura, movimenta em média 34 mil toneladas de carga geral para embarque, e 22 mil toneladas de carga geral para desembarque, em 460 atracações de navios por mês, segundo a Prefeitura de Macaé.
“A base offshore de Macaé ainda é a maior base offshore do Brasil, uma das mais movimentadas do mundo. Tudo isso tem que se descolar por caminhão. Nem trem existe. Isso causa grande impacto na mobilidade urbana. Há um conflito entre o transporte de carga e a mobilidade urbana”, ressalta Riley Rodrigues de Oliveira, da Firjan, citando a falta de estrutura para o acesso terrestre como um grande problema.
Ele afirma que para se descolar num pequeno trecho dentro da cidade de Macaé demora-se duas horas, num percurso que pode ser feito normalmente em 30 minutos.
“São veículos longos, com equipamentos pesados. A gente luta bastante para que seja feito um contorno pela cidade até o terminal de Macaé”, conclui.
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CBN

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